14 ago Mais de 20 mil pessoas visitaram o III Festival do Chocolate da Bahia
Os números são surpreendentes. O III Festival do Chocolate da Bahia, que aconteceu em Ilhéus, sul estado, entre os dias 6 e 10, foi sucesso de público e de negócio. No início da tarde desta segunda-feira (11), o idealizador do festival, o publicitário Marcos Lessa, fez um balanço do evento e anunciou que pelo menos 20 mil pessoas visitaram o Centro de Convenções da cidade. “Foi um resultado acima do esperado”, comemorou o publicitário. Este ano, o festival reuniu 50 expositores e pulou de três para 10 marcas de chocolates finos expostos para degustação. O festival ainda contou com minicursos, palestras, concursos e shows musicais.
Para Lessa, o fundamental do festival foi consolidar o evento com a marca do sul da Bahia, atraindo expositores, palestrantes e curiosos de diversas partes do Brasil e do mundo. Admiradores do chocolate fino de países como Equador, Espanha e Argentina vieram até Ilhéus só para participar do evento e conhecer de perto o potencial do cacau sulbaiano. Outro ponto alto, de acordo com Lessa, foi a atenção que o festival despertou na mídia nacional. Jornalistas de diversas empresas de comunicação, com circulação nacional, cobriram o evento e visitaram fazendas de cacau onde puderam conhecer experiências inovadoras para a produção de cacau tipo exportação.
Modelo – Organizadores de festivais semelhantes ao da Bahia, realizados tradicionalmente em outras partes do Brasil, também vieram conhecer de perto a qualidade do Festival do Chocolate. “Eles ficaram encantados com a nossa proposta e, como resultado disso, Ilhéus já participa agora em agosto da Feira Brasileira do Chocolate, que acontece anualmente em Gramado, Rio Grande do Sul”, anuncia Lessa. A cidade e o seu chocolate tipo fino também já têm presença garantida em um outro grande evento do gênero, realizado em Vitória, Espírito Santo, no mês de outubro.
Sucesso – Parceiro da Feira do Chocolate desde a sua primeira edição, o empresário e jornalista Hans Schaeppi, do “nativo” Chocolate Caseiro Ilhéus, não tem dúvida. “O evento alcançou a maturidade que precisava e, agora, se consolida como um importante acontecimento do calendário turístico da cidade”, afirma. Com mais de 100 anos de atuação na área de chocolates com uma produção de 90 mil toneladas/ ano, líder em coberturas e segunda empresa de chocolates do mercado, a Harald expôs pela primeira vez seus produtos no festival. Entre os produtos expostos em Ilhéus, esteve um cacau fino denominado “Melken Unique”, que recentemente caiu no gosto dos maiores chocolatiers no mundo. É um chocolate fino, produzido pela empresa, a partir de amêndoas selecionadas pelo cacauicultor João Tavares. Esta amêndoa foi eleita a “melhor do mundo”, no último Salão do Chocolate de Paris, ano passado.
De Itacaré e parceira dos pequenos produtores de cacau da região, Marly Brito lembra que para participar da primeira feira chegou a Ilhéus “de carona”. Seus produtos, a base de cacau com café logo caiu no gosto de clientes vips de um condomínio de alto luxo da região, formado basicamente por artistas e empresários de sucesso. Ela então resolveu investir na diversificação dos produtos mas sem abrir mão da essência do seu projeto: tudo feito à base do trabalho artesanal. “Voltar a esta feira e ver o resultado do que foi plantado aqui, anos atrás, me emociona. Agora já venho com o meu próprio carro”, brinca. Marly comanda três lojas da Rede Café Cacau e já tem até uma representante exclusiva dos seus produtos em Caxias do Sul (RS).
Melhores amêndoas e chocolates – Durante o evento também foram anunciados os vencedores do Concurso Cacau Fino e Aromático realizado na Expo Brasil Chocolate 2011, em São Paulo, e também do próprio festival realizado em Ilhéus. O cacauicultor Guilherme Moura, que é vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), ficou com a classificação “Ouro” no concurso da Expo Brasil, de São Paulo. Já o produtor Edmon Ganem, foi o grande vencedor do Concurso do Festival do Chocolate de Ilhéus. Ainda de acordo com a coordenação do Concurso, na Expo Brasil as amêndoas de cacau do produtor Isidoro Gesteira ficaram com a classificação “Prata”, e as de Ronaldo Abude com o “Bronze”.
Já no Festival do Chocolate, de Ilhéus, o cacauicultor Isidoro Gesteira também conquistou a classificação “Prata”, e Guilherme Moura o “Bronze”. Na categoria Chocolate, o “Ouro” ficou para o produto da Harald, a nova linha “origem Fazenda João Tavares”. A “Prata” ficou para APC origem Sagarana, e o “Bronze” para a Cooperativa Cabruca.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC), Henrique Almeida, os números apresentados nesta versão estimulam os parceiros a acreditar que nos próximos cinco anos o Festival do Chocolate da Bahia poderá vir a ser o principal evento de chocolate do mundo. “O que Henrique diz não é exagero e pensamos igual a ele por que temos um ambiente extremamente favorável a isso, reunindo sustentabilidade, cacau diferenciado e crescimento da economia brasileira”, complementa Lessa